
Mendes, Leonardo
7 de nov. de 2024
Reeleição do republicano impulsiona setores tradicionais com corte de impostos e foco no mercado doméstico; veja o impacto
Donald Trump é Reeleito: O Que Isso Significa para Seus Investimentos
A reeleição de Donald Trump nos EUA marca uma mudança para políticas econômicas mais conservadoras, priorizando estímulos ao setor privado e cortes de impostos. Para investidores brasileiros com capital no exterior, o recomendável é manter seus investimentos dolarizados, independente das oscilações políticas.
No longo prazo, a expectativa é que a economia americana continue crescendo. Segundo Paula Zogbi, da Nomad, quem investe pensando no longo prazo deve se manter fiel ao seu perfil de risco e manter parte do patrimônio em dólar.
Adriano Cantreva, da Portofino Multi Family Office, observa que, embora as políticas de Trump e Kamala Harris (a outra candidata) tenham abordagens diferentes, o impacto fiscal final tende a ser parecido. Trump visa reduzir impostos e despesas, enquanto Harris propõe aumentar tanto a receita quanto os gastos, resultando em um efeito fiscal semelhante.
Setores Favorecidos com Trump
Com Trump no poder, alguns setores podem se beneficiar, como petróleo, gás e grandes empresas financeiras. Com incentivos fiscais e uma abordagem menos reguladora, esses setores podem ter crescimento acelerado. O JPMorgan, por exemplo, pode se beneficiar de menos regulamentação, e empresas de private equity como a KKR podem ganhar com o aumento de IPOs e fusões.
Empresas de energia, como a Valero Energy e a Kinder Morgan, devem ser beneficiadas pela promessa de Trump de aumentar a produção de combustíveis fósseis. Além disso, o perfil protecionista do presidente, que sugere tarifas de importação de até 60% sobre produtos da China, tende a beneficiar a indústria americana, embora possa elevar custos para empresas que dependem de insumos importados. Essa política pode também trazer inflação e pressão sobre as margens de lucro.
Foco no Mercado Doméstico
Se Trump implementar essas políticas, o impacto positivo será maior nas pequenas e médias empresas focadas no mercado interno, em detrimento das empresas globais que atuam em outros países. O dólar forte pode também afetar negativamente corporações com operações internacionais, pois reduz a competitividade no exterior.
No varejo, empresas como Walmart e Dollar General podem enfrentar aumento de custos, repassando-os aos consumidores. O setor logístico, incluindo a DHL, pode sofrer com uma queda no comércio global devido ao estímulo de Trump às disputas comerciais. Além disso, políticas de imigração mais rígidas podem levar a uma falta de mão de obra, aumentando ainda mais os custos trabalhistas e trazendo inflação.
Juros e Renda Fixa
Essas mudanças dificultam a missão do Federal Reserve de manter as taxas de juros baixas. A alta nos juros poderia valorizar novas emissões de títulos de renda fixa, mas os ativos de longo prazo já existentes poderiam sofrer. Um dólar mais forte é também uma consequência provável desse cenário.
Entre os possíveis impactos negativos, empresas voltadas para veículos elétricos, como a Tesla, podem enfrentar dificuldades com a preferência de Trump pelos veículos a combustão. Curiosamente, Elon Musk, fundador da Tesla, está sendo cogitado para liderar uma comissão de corte de gastos do governo Trump, com o objetivo de reduzir a dívida pública em cerca de US$ 2 trilhões, o que pode beneficiar, a longo prazo, a economia e as taxas de juros.